A cega
Rubem Garcia - O coringa
De vez em quando eu penso em ser ladino...
Ladrar nos mundos, feito cão sem dono...
Instantes antes de tal abandono,
A cega me traga sorrindo...
vez por outra desejo ser moderno...
Ser prolíxo, contemporâneo, extemporâneo, liberto,
E toda vez que estou perto,
A cega me bica o fígado num suplícito eterno...
As vezes quero, outras eu tenho,
O sonho mais cálido, o gesto mais tenro, O suspiro mais denso,
E quanto mais eu ganho, tanto mais eu perco, muito mais eu penso,
E a cega me joga no chão de onde venho...
Das muitas vezes que quis ser sozinho,
Muitos comentaram, muitos complicaram,
Poucos escutaram, poucos entendeream...
E a cega retirou meu pequeno mundinho.
Rubem Garcia - O coringa
De vez em quando eu penso em ser ladino...
Ladrar nos mundos, feito cão sem dono...
Instantes antes de tal abandono,
A cega me traga sorrindo...
vez por outra desejo ser moderno...
Ser prolíxo, contemporâneo, extemporâneo, liberto,
E toda vez que estou perto,
A cega me bica o fígado num suplícito eterno...
As vezes quero, outras eu tenho,
O sonho mais cálido, o gesto mais tenro, O suspiro mais denso,
E quanto mais eu ganho, tanto mais eu perco, muito mais eu penso,
E a cega me joga no chão de onde venho...
Das muitas vezes que quis ser sozinho,
Muitos comentaram, muitos complicaram,
Poucos escutaram, poucos entendeream...
E a cega retirou meu pequeno mundinho.