O parvo
Maia
Sempre escravo de
alguém ou de algo.
Sempre o mesmo carrasco
contumaz,
nunca o mesmo jazigo.
Sempre o afago da mão
amiga,
o abrigo...
e ao menor sinal de
perigo
a velha desgraça
primaz:
ser expulso do
paraíso...
mais um anjo caído.
Sempre Servo de alguém,
sempre surdo,
Desconhecedor do
mecanismo,
mal adaptado, ou inapto
ao serviço...
sem porque abraçar tal
ofício,
indisposto ao
sacrifício
e ao sacrilégio.
Sempre escravo de
alguém ou de algo,
sempre fugitivo.
Expresso em sentidos
ambíguos,
movimentos furtivos,
reações agressivas,
manobras evasivas,
sarcasmo...
Sempre escravos o amo e
o asno...