Nome que deram aos Bois
(saiba que os poetas, como os cegos
podem ver na escuridão*)
Maia
Uma bolha de ar
a sustentar uma nau que aderna
na baderna desse universo abstrato.
O antigo trato agora jaz por terra!
Era a guerra em que valia ser soldado.
Dava um caldo de galinha a cada gripe
a egotripe de uma trinca meio confusa.
Quem me usa, quem abusa e quem constrói,
seja a trois, seja a dois sejam milhões
de corações todos na mesma sintonia?
Sinfonia afinada de desejos
de tantos beijos jogados a cada esquina,
e a assassina cruel do meu tesão
tinha à mão minha sina, meu roteiro.
Meio inteiro, meio dividido, meio morto,
eu exorto a robustez dos teus
princípios.
Mesmo ímpios, eu confesso os reconheço,
mas não esqueço o quanto me custa a
caminhada.
A jornada mexicana em que me encontro
sempre pronto prum descuido do destino.
Eu menino, pensei ser “home”,
saciar a fome era sempre meu desidério...
O mistério cravado na minha existência.
A magnificência dos meus bons passos,
os erros crassos do meu demônio...
só um jogo de hormônios que afetou a
quintessência,
e no final da adolescência decretou isolamento.
Numa cela de cimento, de onde logrei o
escape...
mas não tem remendo que tape o rasgão
nos meus fundilhos.
Da minha fuga do exílio, o excesso ficou de fora,
me custou a demora a me aproximar desse
teto.
Para descobrir desolado,
que onde houve um gramado
tem um muro de concreto.
* in Choro bandido - Chico Buarque de Holanda