O inesperado nos bate à
porta
Maia
De repente
você deixou de ser
criança,
e nem percebe
que já deixou de ser
criança.
Nem percebe...
É outro jogo,
é outra dança
e você inocente.
Outra batalha,
outra comédia
e você incoerente...
De repente
você não é
adolescente,
e nem sente
que já não é
adolescente...
e ainda sente
a velha rebeldia,
inda que sem causa...
A velha agonia
em fins de tarde no
domingo...
De repente
você, faz tempo, é
adulto...
e é um insulto
ter que pagar tanto
tributo,
e é um insulto
sustentar o tal
contrato.
De Sol a Sol
pagar o pato
e você cansa...
Porque deixou de ser
criança...
e já nem sente,
pois não é mais
adolescente...
nem percebe,
que só o tempo te
persegue.
...e ainda sonhamos com a melhor
ResponderExcluirno nosso âmago
recôndito mais profundo
sonhamos com a melhor
com a maior, com a menor
com mais de dez
em todas as cores
que cinco centavos possam comprar
flores no bolso
pé-de-moleque
pede socorro
ao farnel de intenções
no alívio da palavra
no limite da mais sincera
ainda sonhamos com a melhor
melhor hora, melhor farra
melhor gosto, melhor cheiro
lá no meio da verdade
no meio da verdura
coração de manteiga
coerção mais que meiga
da raspa singela
ligeira sensação
de ainda haver um resto de criança
escondida no porão
bem lá no meio
entre seriedades de segunda
que nunca chegam na terça
Excluirpensei em colocar um hífen depois da "segunda-" mas achei que seria implicitar demais o duplo sentido para a terça... naturalmente captaste o capotraste!
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