SERVIÇO DE MALAQUIAS
(nem sempre tão sensível)
Maia
Eu tentava parecer indiferente,
Você tentava parecer descontraída.
Eu tentava parecer relaxado,
Você tentava parecer segura .
Assim passava a tarde
e nada
de um olho no olho
de literatura rodriguiana
Você tentava parecer interessada,
eu tentava parecer interessante.
Você tentava disfarçar os poucos anos,
eu tentava não parecer tão velho.
Assim passava a tarde
e nada
de um dente por dente,
um tete a tete, sem bandeiras.
Eu tentava não parecer “tão sensível”,
você tentava não parecer frustrada.
Eu tentava não medir esforços,
você tentava não pedir reforços.
Assim passava a tarde
e nada dos nossos negócios,
dos nossos assuntos.
Teoria e teoremas
a serem testados juntos.
Análises morfossintáticas
sem regras de gramática...
ou pragmáticas
convenções sociais.
Eu tentava parecer maduro,
você tentava parecer aquela menina.
Eu tentava não parecer tão cansado,
você tentava não mostrar tua tristeza!
(“a minha tristeza também!” Berrou Bandeira)
A tristeza dos poetas...
do tempo que nunca passava.
A tarde esfriava e a cabeça fervia.
a febre que não ardia
mal consumia os egos incautos.
verdade que nos faltava,
não planejava, mas me ocorria...
saber se você toparia, quem sabe um dia
conversar no meu quarto?
Outro belo poema!
ResponderExcluir(acompanhando sempre).
entre tentativas e temores
ResponderExcluirterrores e tremores
abalos sísmicos arrítmicos
em perfeita dessincronia vamos
para o alto e avante contra a parede
a toda velocidade...
depois o que sobra é vintém
e um verso para a posteridade
Eu gosto muito dessa percepção do querer, desses detalhes quase sempre negligenciados. O olho do poeta fingidor e distante captando a vertigem da paixão e suas nuances. A meninice do homem em agonia diante da possibilidade, diante da fatalidade dos corpos. Você percebe e tem palavras exatadas para a tradução, portanto, agora e pra sempre será só o exercício em que todos nós estamos metidos. Um beijo, Poeta! Rita
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