Herdei o verso dos bêbados... Pari o verso dos párias matei o verso da cátedra, e na Catedral, das Cinzas renasci...
2.12.15
28.9.15
21.9.15
15.9.15
Arrasa
Maia
A rosa louca
que me nega o beijo,
me nega a vez
e a louca ilusão do meu desejo,
partiu do Tejo...
lampejo de sorte.
A rosa louca rouba
um beijo da morte,
me concede um mote...
Expressar o dote
faz-se mister no pavão.
Pilatos me lavou as mãos,
Maria, a Magdala, as penas...
As dores seguem mais amenas
por veredas poucas...
A rosa rouca,
tanto tresloucada,
saiu em disparada...
mundo afora.
Agora chora,
ri, e se embriaga.
A minha paga...
A adaga do peito.
Meus muitos defeitos...
sonhos desfeitos sem dor.
14.9.15
Mambembe
Maia
Engulas o choro,
e a dor
dessa desilusão...
Estejas atenta,
apenas,
aos teus bocados...
Desse pão-de-mel
amassado
pelo diabo.
Aqui na terra,
mesmo quando
o tempo é ameno,
o clima é pesado.
Qual o teu
coração,
trancado
a cadeado
para a melodia
da minha canção...
Para o meu
mais doce
chamado.
20.8.15
Fantasia do pirata
Maia
O refúgio
do último corsário
livre,
onde o sinal
dos tempos
ainda não chegou.
A quem pretenda ser
possuidor
dessa fome
que urge,
cumpre
a satisfação
de saciá-la...
A obrigação
De consumi-la.
Pelos cantos,
entre os tijolos
da parede...
Entranhado na sala...
o odor acre dos cigarros.
Uma ebulição
que vem nas ruas,
entra nas veias
e pé na estrada...
O corso
nunca foi
de água
parada.
7.8.15
Capitanear sorrisos
Maia
Faltam motivos
pra te deixar ir embora...
Sobram razões,
preconceitos, preceitos,
seitas e religiões.
Falta fundamento em tantas paixões, quem quiser ser cristo
receba a primeira pedra.
A coragem nos falta
no princípio da queda
por medo daquilo que machuca.
Essa vontade maluca
de que a vida seja eterna,
de fingir que não há perda,
seguir vivendo a guerra.
Sem o quê ajude,
engolir a angústia
no pão nosso, dormido a dias...
das insondáveis agonias
que se cruzam na distância.
27.7.15
18.7.15
A Jahh Yo!!!
Maia
Ando pouco disposto
a tantos reencontros,
apegos, atalhos...
Desencontrados passos...
Tudo como antes
no inferno Dante...
Exato como é agora!
Sufocado em guache,
linhas pontilhadas,
traços...
Resolvi ser gauche
já que a vida é bela...
Melhor tê-la
em tela...
Sempre
em boas vistas,
boas vestes... Não as companhias,
mas as festas.
Eu quero Vela.
Ela no escuro...
luz de qualquer esquina...
Pedra filosofal
da câmara secreta.
Puro bálsamo
Na camarinha...
Tê-la...
Minha...
Cunhã...
10.7.15
Aquilo que fica
Maia
Um dia você me da bola,
um dia a gente ri...
bem na hora de partir,
noutro você chora.
Algum dia tudo volta
e a gente se embola.
Qualquer dia desses
estarei por ai...
e quando menos esperar
terei indo embora.
Não nos cabe dizer
se esse dia demora...
Caso algum dia
o universo se abrir...
será nossa hora de sorrir,
ainda que não seja agora.
Há um mundo esperando lá fora...
Um mundo que foi, e outro por vir.
29.6.15
Barba Azul
Maia
Sempre chove
pelo caminho
quando não quero ir.
Prefiro partir Sorrindo.
Não convertas
em lágrimas
o teu rancor,
ou a tua dor
mais enraizada...
Quando me vires partindo.
Vives o teu momento,
Enfim...
De continuar sem mim...
Como sempre.
Limpa teu campo,
e me apaga
da tua pele.
Lembre bem
o que te fez
o meu amor...
E enterre
a tua dor
com ele....
19.6.15
Jesus! Everybody hates Christ...
Maia
Ódio racial, Religioso...
Pedradas na cabeça
Do tinhoso,
Do cão.
Quem se vale
De corromper
Exús
É a intenção
Do sacerdote...
Seja católico
Apostólico
Romano,
Ou zelote,
Macumbeiro,
Mulçumano.
Alimentando
Humano ódio
Acumulado a anos...
Exterminar a diferença,
O livre arbítrio,
A livre crença...
Recalques
Nos dados estatísticos
Da livre imprensa
A justificar os crimes.
E nome de um Deus pai
Todo poderoso
Que nos oprime,
Nos escraviza...
Conceito,
Valores das igrejas
Que a divindade
não compartilha.
17.6.15
Amaralina
Amaralina
Maia
Minha casa tem
O tamanho do meu momento.
Minha alma
Em tudo que há por dentro,
Mente sana,
Reflexo vão.
Minha casa é minha mãe,
Meu pai,
meu amigo,
Meu irmão...
Todos os que carrego
No peito.
Minha casa
Tem vista pra vida
Que precisa ser vivida,
Que precisa ser vista.
Está ausente
O que falta
Na minha casa modesta...
16.6.15
Te perdes por sonhar
Maia
Não posso te dar
o que não tenho em mim.
Desculpe, amor,
mas sou assim...
senhor do impreciso,
servente do incorreto,
secretário do ilícito,
um poço de suplícios...
qualquer adjetivo
Me é correto...
Perdoe ser tão abjeto,
e pouco objetivo,
e por não ser o objeto
do verbo transitivo direto
amar.