Hino de Maya
Maia
Vendei a alegria a
prestação
nos vendai os olhos
ou prendei na gaiola
de olhos furados...
Cantaremos hinos de
louvor
à vossos antepassados.
Lágrimas de dor
do nossos olhos
furados...
Clamores ao Cristo
crucificado
ao pão nosso
e ao que roubai de nós
todo dia...
até extraírdes a
última gota de sangue
ou venderdes a ultima
alegria.
Nos vendei nas esquinas
como escravos
e todos seremos como
parvos.
Judeus, muçulmanos e
católicos
Xiitas, sunitas,
anarquistas
berrando por castigos
mais rigorosos,
trancando no quarto
nossas mulheres castradas
para gerarem filhos
neuróticos
e perpetuar a
carnificina.
Entre um gole de
arsênico e um de pinga
entre uma bomba em
novaiorque, outra na china
sempre presa fácil ao
vosso chamado
por uma boa foda, vez
por outra,
um pedaço a mais de
carne gorda no prato
Não retirai a vossa
ilusão...
eu fico chato,
eu mato,
eu grito,
eu dou um faniquito,
por não conseguir
encarar o fato.
O mundo sempre muda...
O tempo sempre passa...
Se do futuro ninguém
sabe
o passado é fumaça.
Entre um trago de
cigarro e um de cachaça,
vã tentativa,
desvendar vossas trapaças,
vossos ardis...
O escárnio oculto nas
vosssas charadas
caras marcadas
tão inocentes que
ninguém diz...
Não retirai vossa
ilusão
eu fico aflito
eu corro,
eu morro
em outro faniquito
por não conseguir
encarar que os fatos
nem sempre são tão
exatos.