23.2.10


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Desde a primeira infância
Maia

Inocência roubada
Primeiras descobertas
Primeiros encobrimentos
Sacrilégio
Ágio
Tédio

Propostas indecorosas
Na porta do meu prédio
À beira da janela
Ao largo
Amargo
Embargo

“Delenda est Cartago”
E o tiro sai pela culatra
Veneno da dor que cura
Amor que mata
Maltrata
Detrata

Depõe contra o cidadão
Com o fim profícuo
De lhe ensinar o credo
De exemplá-lo
Torturá-lo
Consumi-lo
Pelas mesmas velhas razões
Pelos mesmos mil motivos

20.2.10

Incoerência Recorrente

Maia


Todo dia um pesadelo

Um vazio gritante

Fosso querendo comê-lo

18.2.10

A Idéia e a forma

(7 anos)

Maia

Ciclo perfeito de magia e força

Evolução, Unção, Desenvolvimento

Tempo certo para certos envolvimentos

Sete razões para aproveitar

Oportunidades do momento


Foram sete para o mundo

sete notas musicais

sete estrelas para Maya

sete estrelas para Electra

sete anos passaram

agora não passam mais


Novas formas foram adquiridas

Velhos truques aperfeiçoados

Sete rompimentos

De outros mil passados

Foram necessários


Foram sete para o mundo

sete notas musicais

sete estrelas para maya

sete estrelas para eletra

sete anos passaram

agora não passam mais


A idéia andava cansada

Dos sete sábios da Grécia

Da poética pré-fabricada

pelas sete cores prismáticas

manobradas em prajalpas


Foram sete para o mundo

sete notas musicais

sete estrelas para Maya

sete estrelas para Electra

sete anos passaram

agora não passam mais

11.2.10

Volta à Unidade
(a paz)
Maia

Jura e perjura
Falta de sentido
Em qualquer conjuntura
Toda a mentira
A face obscura
A farsa a força
A procura...

Três sentidos rotos,
Três desejos mortos
Três milênios
Fogo de constelações
Extintas pela
Luz de fogo fátuo
A sombra de um aborto
A sobra de outro parto
A partida

Prato em que cuspiste
Com nojo e desprezo
Culpa que vestiste
Nesse pesadelo
Véu que retiraste
Venda dos meus olhos
Ilusão de ótica
Fé microbiológica
Cegueira mitológica
Audaz...hipnótica

Três desejos novos
Três vezes expostos,
Três futuros,
A estrada se abre
Rente a rua velha
Onde está o muro
Em que te equilibras
Agora eu peso ouro
Em outras libras...

Para vencer o medo,
Mais tarde ou mais cedo
Ou sair da roça
Não ser mais ingênuo
Imune à crueldade
Livre do veneno
De tantas picadas.
Vou fugir pro mundo
Para perto do meu povo
Vou nascer de novo
Perto de olhares mais amigos.