30.9.13

O parvo
Maia

Sempre escravo de alguém ou de algo.
Sempre o mesmo carrasco contumaz,
nunca o mesmo jazigo.
Sempre o afago da mão amiga,
o abrigo...
e ao menor sinal de perigo
a velha desgraça primaz:
ser expulso do paraíso...
mais um anjo caído.

Sempre Servo de alguém,
sempre surdo,
Desconhecedor do mecanismo,
mal adaptado, ou inapto ao serviço...
sem porque abraçar tal ofício,
indisposto ao sacrifício
e ao sacrilégio.

Sempre escravo de alguém ou de algo,
sempre fugitivo.
Expresso em sentidos ambíguos,
movimentos furtivos,
reações agressivas,
manobras evasivas,
sarcasmo...

Sempre escravos o amo e o asno...