17.1.15

Final das Contas

Maia

Seu desejo
pode até ser a minha morte.
Sua sorte
o meu beijo...
O meu fraco,
o jeito que fico
toda vez que vejo
o que vejo.

Quando tudo fica claro
eu me retiro,
e como é quente no meu quarto
essa época do ano.

Os tolos logo formam
a fila do engano.
Pronto para entrar em forma,
eu procuro formas
sem olhar a cor...
Eu invento normas
no inferno.

Eu envelheço,
depois renovo
e me decifro...
ninguém é parte disso.

O meu segredo
talvez lhe valha alguma sorte...
Era o momento
para firmar um compromisso,
eu fui omisso,

agora é tarde.

13.1.15

Carita

Maia

Caso te sobre desespero,
ou me falte paciência...
acredite nos desígnios de um Deus,
confie nos avanços da ciência
para encontrar algum consolo.

Perscrute o coração,
e a cada baque da ilusão
sinta que a vida te deu bolo
e roliúde é o sucesso.

A estrada é para cima,
para o alto...
Até que um novo caso
te tome de assalto
e leve a um novo casamento.

Pelas mão de um bom delírio
te escape o véu do sofrimento,
e encontres finalmente a contrição...

A remissão dos teus pecados,
a felicidade...
à margem da sociedade.

11.1.15

Face

Maia

A face escura da lua
a que você não vê
mas ainda assim flutua
iluminada sabe-se lá por que Sóis.

A face obscura de qualquer mulher
todas as caras escondidas
da única que você quer
luzindo nos arrebóis.

Há duas faces na moeda
alea jacta est
ascensão ou queda
dissonâncias ou bemóis.

A face daquele que sonha
santa inocência
tanta arrogância, tanta vergonha
vieram presas em meus anzóis.

À prima face
a prima-dona
apressou o desenlace
caramujou meus caracóis.