20.4.15

Luz de Candeia
(enquanto houver samba na veia
empunharei meu violão)

Maia

De qualquer maneira
meu amor
eu canto
Embora o mundo nos divida
em cores, dores e mazelas
e a realidade já não seja aquela
em que o semelhante se compadece do seu pranto

De qualquer maneira
meu amor
eu canto
por vielas, repletas de mulambos
esquinas cheias de prostitutas,
favelas, prisões superlotadas
e gritos da multidão
qual trovoada
querendo jogar crianças aos leões

De qualquer maneira
meu amor
eu canto
nas vitrines da sociedade de consumo
carcomendo sonhos
fabricando insumos
novas necessidades
para substituir o que somos

Navegarão por vastos mares
mansos pastos
as vaidades
e assim caminha
assim caminhará a humanidade
em busca de um refrão


3.4.15

Perdão

Maia

Não pelo meu deslize,
mas pela constância no pecado.
Pela arrogância
de achar injusta
a raiva 
consequente
dos meus atos de desagrado.

A raiva é fruto do desvio
de caráter,
ou de um coração vazio...
A raiva é a busca do culpado,
muito mais saudável buscar a redenção,
isto é, para quem quiser o paraíso eterno...

Eu sou o fogo do inferno,
Nunca será minha intenção...