28.9.11


Capciosa

Maia

Bem comigo
e a Deus
o castigo dos meus inimigos
eu não ligo
pouco importa
adeus a quem fechou a porta
do coração
ao meu imã
meu afã
Aquele abraço a quem não é meu fã
Beijo Kármico

Maia

De paradoxo em paradoxo
recebe o ósculo
e percebe
heterodoxo desejo.
Vias de fato
que nem no mato
sem cachorro.
Mulher no quarto,
minguante
desde a sexta-feira,
no vão da porta,
ou na janela...
uma vida inteira indecisa.
Cisma primeira
de ideias que lhes são impostas.
beleza posta...
nas apostas não põe mais mesa
a mil princesas...
madrastas e sapos nas costas.
Eu, outros lugares...
pensando quais são os males,
quais são os mares...
mas navegar impreciso é preciso!

25.9.11

Panariço

Maia

Certas noites o nada é nada,
as emoções só deslumbres da fada.
Noites em que o ar é frio
o vazio me espreita no quarto.
O vento diz: "qualquer vadia esquenta a cama,
qualquer dose de scotch acende a chama
e qualquer abraço é bom amparo.
Já que o rosto do inimigo não é claro
qualquer rosto amigo é caro.

Certas noites o sono não vem mais,
a menina diz jaz
e num dado instante tudo é morto.
Qualquer olhada é gesto,
qualquer banquete é resto,
qualquer rosto não é tela,
qualquer corpo não é ela
e não resolve.

certas manhãs como esta,
a solidão
é a bala do revólver...
e a ponta da lança...
Maya exibe sua dança.

9.9.11

Um corte no olho
(Eu não tenho essa ética!)

Maia

Da intolerância ao crime...
Do crime
para qualquer encruzilhada.
Bota um ebó,
desata o nó,
corta à navalha
e a carne cortada,
o sangue na lâmina,
a flâmula que agitas,
a bandeira que levantas
Só a tua ligeira impressão,
mais nada.

Da Ignorância ao crime...
Do crime
para qualquer banco de praça.
Toma um goró,
desata o nó
dessa gravata.
A pressa te envenena
com gordura saturada
e teu coração infarta.
Só a merecida consequência,
mais nada.

Do crime ao castigo
e do castigo
à apreciação do bom ladrão.
A quem compete
julgar mortos e vivos
no dia do juízo...
A mim não!