11.11.11

Nas redes

Maia

Para onde eu vou o vento me espalha,
o Sol completa minha sombra...
Se teu espanto já não te atrapalha,
já não me atrapalha...
mas recolhe o fio dessa navalha
que te corta a carne
e a copiosa lombra...
Olho de cobra te segue,
na pedra o sapo se assombra.
Explode a bomba
de mais uma crise no congresso.
Um novo comercial da Esso:
There's a tiger no chassis
e o rio Ganges na Índia...
Existe miséria no mundo,
mas existe o novo e o belo.
Existe a cruz, o martelo
e a foice do carrasco.
O Diabo a tinir nos cascos
e Deus nas palavras cruzadas
demônios dando risada,
Exús nas encruzilhadas,
cartas marcadas e serviços dados.
A vida num jogo de dados...
num banco de dados de uma megastore
nova história de brinquedos vivos
e lutas pelos becos...
Um que dá um teco,
Outro dá um tiro,
eu, que mal respiro,
dou a cara a tapa
e sempre sobrevivo.