25.4.12

À moda
Maia

Eu sou aquele amante à moda antiga...
do tipo que ainda arranja briga,
do tipo que ainda manda flores,
do tipo que ampara suas dores
e vê as cores desbotadas dessa tela.

Eu sou o do jantar a luz de velas.
Aquele que sonha em tê-la
e sonhou que estavas tão linda.
Acordou e estavas vazia.

Nem percebi tua partida
porque vazia estava minha taça.
Completei-a com sangue
e passei de graça.

Sentei na praça,
no mesmo banco
daquele jardim...
ninguém esperou por mim
à sombra do abacateiro.

Não acabava o janeiro,
o mormaço da minha jaula.
Não acabava a aula, Rita!
Não acabava aquela dita
e desdita profecia.

Eu sou aquele amante que partia
sem choro nem despedida
e com olhos no horizonte.
Embriagado pela água dessa fonte,
algo que nunca fenece.
Eu sou aquele que
jamais
esquece!

21.4.12


Redentor do Universo
(Kali Ma)

Maia

Um aviso a quem me esquece.
Eu sou o seu pior pecado.
Um chute no saco
que não teve troco,
o baque seco
da queda de qualquer herói.
Decerto não soube brigar,
mas pela prática descobri onde mais dói.

Um aviso a quem não esquece.
Eu posso esperar por anos...
Eu posso mudar os planos
e causar mais danos
que um tsunami
numa praia deserta.

O aviso geral
é o que gera a polêmica...
A natureza endêmica
da minha face oculta.
A sombra que move a mão
à faca que executa,
estraçalha o ventre da puta,
violenta milhões de mulheres.
Todos os dias
todas as cores
se perdem
e nem todos os gatos
são pardos.

7.4.12

Outros Olhos
Maia

Há quem ainda te veja como bela,
E quem não te veja com outros olhos.
Há quem não precise da lua amarela
A vigiar  tua janela
E iluminar minha vigília.
Novo evangelho
Nascido em minha bíblia.
-Nova gramática
Da língua portuguesa-
Explosões de azul turquesa...
A tua beleza,
Posta a prova em minhas mãos.
Há quem não precise da tua janela,
Para trazer sentido as serenatas.
A gaita de ouro
Ofuscou a lua prata...
A minha certeza
Posta a prova em tuas mãos...