25.4.12

À moda
Maia

Eu sou aquele amante à moda antiga...
do tipo que ainda arranja briga,
do tipo que ainda manda flores,
do tipo que ampara suas dores
e vê as cores desbotadas dessa tela.

Eu sou o do jantar a luz de velas.
Aquele que sonha em tê-la
e sonhou que estavas tão linda.
Acordou e estavas vazia.

Nem percebi tua partida
porque vazia estava minha taça.
Completei-a com sangue
e passei de graça.

Sentei na praça,
no mesmo banco
daquele jardim...
ninguém esperou por mim
à sombra do abacateiro.

Não acabava o janeiro,
o mormaço da minha jaula.
Não acabava a aula, Rita!
Não acabava aquela dita
e desdita profecia.

Eu sou aquele amante que partia
sem choro nem despedida
e com olhos no horizonte.
Embriagado pela água dessa fonte,
algo que nunca fenece.
Eu sou aquele que
jamais
esquece!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diga ai...