18.1.10

Labirinto atemporal
Maia

Tarde morna e enfadonha
Sem saco pra televisão
Bate papo
Ou bate bronha.


Domingo inteiro marrento
Lento até o último segundo
Ecoou
Até o ultimo momento.


Silêncio, concreto, absoluto
Ante meus olhos
Desfila o tempo
Minuto a minuto.


Desalento completo
As noites talvez mais longas
Caixas vazias
Debaixo do “nosso” teto.

16.1.10

Galega de Andaluzia

Maia

Ainda esta tarde

Luzia

Estrela

Do fundo da sua alma

Brilhando de toda a calma

Ou comoção

Andaluza

Levaste-me o juízo

Preso naquele sorriso

em frente ao portão...

Galega

Do fundo de sua garganta

Jorraram palavras ternas,

Pisaste macio em meu peito...

Remexe galega safada

Rebola Andaluza atrevida

Enquanto de pego de jeito

Aline Esquivel Barreto

12.1.10

Assim de Chofre


Maia


Move-se a mente...

Movimentos...

Moinhos de vento

Satélites...


Molda-se a mente

Nos movimentos

Lentos...

Carros de boi


Mascara-se...


Mente-se...


Movimente-se!!!


Ninguém ordena

E ninguém obedece...

Quem ceder primeiro,

Entoa a prece...


Engula o pestilento

Engodo do movimento.

Não quer parar...

Nada de novo no ar.


11.1.10

ESTA MANHÃ QUERO TE VER PELADA

MAIA

Quero mais desse amor preguiçoso

Sem pressa

Sem atropelos

Admirar tua nudez em pelo...

Onde se eriçam teus cabelos

e onde não os tem...

Quero sentir-Te... pulsante...

Tântrica...

Magnificente

Possuir-te mil e uma noites

No oriente...

Por cima

Por baixo

Por todos os lados...

Quero, em todos os sentidos,

Teu mais profundo gemido,

Tua mais espasmódica contorção...

A mais rouca das vozes...

A mais louca das mulheres...

Pele com pele

Na cama coladas...

Essa manhã quero te ver pelada...

10.1.10


Da maior altura

Maia

Das raízes que me sustentavam

Resta um assomo,

Um mero arremedo,

Tento agora remendar o meu passado,

Procurando as raízes do meu medo...

Raízes, de tão mal transplantadas,

Em solo distante definharam,

Em terra estranha fincaram-se em falsas pedras,

Em vão buscar o sustento procuravam.

Vejo-me então grande carvalho tombado

Pelo soprar leve de um vento vadio,

Desolado, agora que caiu

A ficha das próprias desesperanças...

Mas coração,

Contudo,

Ainda sente premente o chamado do mundo

8.1.10

Surpresa

Maia

Menina que beijo é esse
a noite o trouxe
E pegou de jeito?
Deixou meu presente doce...
E meu passado mais que perfeito.

Diz agora como faço
Tanto percalço,
Tanto demérito...
Os sentidos não soam falsos
Meu futuro não é pretérito!

7.1.10

Tarde Verde

Maia

Quero poder olhar o mar verde

E ver verde a natureza

Agradecer ao “Nada” essa certeza

Como de verde fosse o céu travestido

Verde como a cor do seu vestido,

Como as faíscas que de nossas peles,

Crepitavam magnéticas...