26.1.21

sapiens

 Sapiens Sapiens


Urso da Montanha


Trabalha duro,

certo,

sem fazer alarde.

Uma chance maior do futuro

transformar tua mentira em verdade.


Eu sei que urge,

arde,

e o tempo não passa…

estanca em cada rosto que surge

desenhando sonhos na cortina de fumaça


quando casares, Sara…

não terás mais a Joana,

não mais a cigana, 

aquela que engana, que cura

que nutre.

reproduz-te e morre,

o tempo pela mão escorre,

a fome no olhar do abutre


Quando crescerdes observe o surto.

Prendem tua natureza,

insistem em nublar teus olhos

para não haver mais beleza

à beira do caminho.


E assim o homem se sentir sozinho

e que não tem amparo.

Para não confiar, 

não olhar para o lado.


Um objetivo escraviza a tua força bruta, 

a tua raiva, o teu falo ereto…

apontando para o céu,

ou mijando no sapato…

tudo certo, desde que saia um jato

de sangue.