20.8.15

Fantasia do pirata
Maia

O refúgio
do último corsário
livre,
onde o sinal
dos tempos
ainda não chegou.

A quem pretenda ser
possuidor
dessa fome
que urge,
cumpre 
a satisfação
de saciá-la...
A obrigação
De consumi-la.

Pelos cantos,
entre os tijolos
da parede...
Entranhado na sala...
o odor acre dos cigarros.

Uma ebulição
que vem nas ruas,
entra nas veias
e pé na estrada...

O corso
nunca foi
de água
parada.

7.8.15

Capitanear sorrisos

Maia

Faltam motivos
pra te deixar ir embora...
Sobram razões,
preconceitos, preceitos,
seitas e religiões.

Falta fundamento em tantas paixões, quem quiser ser cristo
receba a primeira pedra.

A coragem nos falta
no princípio da queda
por medo daquilo que machuca.

Essa vontade maluca
de que a vida seja eterna,
de fingir que não há perda,
seguir vivendo a guerra.

Sem o quê ajude,
engolir a angústia
no pão nosso, dormido a dias...
das insondáveis agonias
que se cruzam na distância.