26.8.08

Signos de marte
(Rubem Garia - O Coringa)

O êxtase...
a exegese...
a mais valia...
o sacerdócio da apostasia...
a plena liberdade,
à beira da heresia...
os arquétipos mitológicos da hélade,
postos à prova, para sobremesa...
a própria cristandade
prestes a cair (de bunda) sobre si mesma...
nenhuma surpresa...
é sídrome de ovário policístico na era de aquário,
evocação do espírito ancestral embrionário...
mais um milênio de dominação,
do macho adulto branco que estiver no posto...
calem-se os da contra-mão...
fodam-se a contra-gosto...

5.8.08

O Olho

Eu...
...bem longe...
de mim... distante.
desfeito...
perto de algo que não está...
não é..
não pode querer...
ser imperfeito.
Ao largo da trajetória...
mera referência...
mas essêncial...
Observador convicto...
ostento o patamar invicto,
num embate onírico,
antigravitacional...
Calcular
a massa quântica,
a partícula infinitésima,
a grandeza mínima,
dígna de menção...
repleta da unção
do sagrado trido
um infinito ido,
um mícron de passos da humanidade...
nada há de abalar a vaidade a olho nú!

25.4.08

Velhas Tradições.

(Rubem Garcia - O Coringa)

Fui ao Vinho...

Quase à vinheta...

Vinagre daquela conversa...

Em pés de esquina...

Fundo de sarjeta,

Cara preta...

Deste a cara à palmatória,

Sem história,

Subterfúgios...

Descoberto estará teu refúgio,

Antes que a poeira assente...

- Mentes?

...Quem cala consente,

Admite a vertente,

De um calor latente,

Em plena lactação...

- Prepara outra cena de ação,

Ou pulo fora do Script!

Berrou o Ator sem cacife,

Bancando o xerife,

Matando um cacique da grande nação...

Não julgai para não serdes julgados,

Que os custos serão cobrados,

Emolumentos sagrados,

Cercados a arame farpado,

De um lodo disfarçado,

Calabouço...

Comercial de TV Colosso...

Num fundo de poço,

Nele pular não posso...

Mas Gasolina é de todo mundo,

E pasmem, o Petróleo é nosso!!!

A quanto O Barril não importa...

Pagou, entregou na porta...

Atrasa...Arrasta... se enforca...

-... em que mês estará??? ... aposta?

... Espero de costas...

As mãos postas,

A espera quase sempre uma bosta...

28.1.08

Templos modernos

(eu vejo a vida melhor no futuro)

Eis o homem

Multinacional…

Poli-cultural,

Metro sexual,

Mega desejado…

Veste certa grife,

Não comete gafes,

Mesmo com alguns drinks.

Espécie de drops,

Causa bad trips.

Em plena sala VIP,

Gente desse naipe,

Não trai a sua estirpe,

Faz charme até com gripe,

Nouveau Rich convicto.

Novo advento, o adjetivo,

O H maiúsculo no diminutivo,

Carente afetivo,

Quer afirmação.

Pouca informação,

A palavra exata,

Falso proxeneta,

Belo magnata,

Empregou nas putas,

Delas o peso em prata…

O fez por benevolência,

A violência justificada,

A virulência aprendida em casa,

Demagogia, mas posta em prática…

Metáfora fática para um fim de discurso.