19.4.13

Deu pena!


Maia


Já chega de me torturar

toda vez que chega dezembro.

Sempre lembro...

Entro em qualquer madrugada,

presente ou passada,

repleta de apego.

Eu não posso...

Eu não, nêgo!

Não enalteço o drama

com cinzas espalhadas na cama

por muitos cinzeiros...

A cachaça transforma em lama.

A sombra te chama,

a sobra te espera,

no lugar de haver algo novo.


  • - Acalento!

  • - Acalanto!

Novas formas de canto

na boca do forno,

mas beirando o inferno...

Onde o fogo é eterno,

o movimento insolúvel...

A viúva é volúvel,

logo quer o vizinho,

ou quer mesmo o capeta...

Quer o dono da festa?

uma fresta?

Uma treta...

pra rimar com boceta...

e encerrar o assunto.

16.4.13

Boston
(deles é o reino dos Céus!)
Maia

Um terrorista...
um que gosta
de causar terror
ou espanto.
Um fundamentalista,
fundamental em qual forma de plano?
Desculpe foi engano!
- outra mensagem errada!
Malucos querendo guerra,
do outro lado da terra
a guerra da minha esquina.
Toda carnificina
praticada pelo meu vizinho,
ou gerada em Teu nome.
Um é por medo, outro fome,
mas o tráfico anda bem na boca.
Malandro balança na forca
e ninguém mais sabe de nada...
Com a verdade por baixo,
viciado a tomar esculacho...
A fumaça na lata da viatura raspada,
ou no cano da pistola?
Uma bomba na maratona,
um tiro no jambeiro,
a chacina no bairro da paz,
mais um evento de bola...
O chiclete e a cola,
no sinal da rua...
ignore... a culpa é sua!

6.4.13


Brasa no lume

Maia

Eu ainda vou entrar na dança
e ainda vou morrer se ser eu,
mas não devo morrer de amores.
Nenhuma saberá das minhas dores
mais que eu soube.
O quanto me cabe,
do preço que me coube,
do usufruto
Esse fruto apodrecido
desse jeito.
Bata no peito
e deseje nem ter nascido
Sentimento?
Para que desejar mais sofrimento?
Nessa selva de cimento...
O mundo é seu
mas não lhe pertence.