13.10.10

O não aquilo
Maia

Já não sou gente,
Sou Maya...
Mestre supremo da ilusão
Que veio para reconfortá-la

Abre a janela e olha a lua alta
E no fundo da mente responde:
O que te falta? A luz pálida, etérea
Que ilumina as grades de tua prisão?

Já não sou gente,
Sou Maya...
Mero lacaio da ilusão
Que veio para conformá-la

O grande mentiroso, o zombeteiro
Senhor de putas e puteiros
A chafurdar na lama dos canteiros
Que suja, macula o teu tesão

Já não sou gente,
Sou Maya...
Grande palhaço da ilusão
Que veio para alegrá-la

Consulta o íntimo, o fundo do espelho...
Perscruta as minhas graças bobas, os meus conselhos
Ri primeiro da tua ingênua esperança,
antes de rir das minhas cabriolas de bufão.

Já não sou gente,
Sou Maya...
Mais uma vítima da ilusão
Que veio para atropelá-la.

2 comentários:

  1. para atropelá-la lá
    é preciso que cada cá
    pare de se estremecer
    espezinhar a Iaiá
    agonizar Zazá
    até outro Pelé lelé

    nao faz sentido ter nascido
    tudo isso ter escolhido
    e no final das contas, querido
    querermos trancar as pontas
    nao adianta atropelá-la lá
    se ela já morta tá...

    ResponderExcluir
  2. E já não és gente,
    És Maya ...
    e galgaste a ilusão
    para, de cima, vigiá-la.

    (... e colhê-la, para com ela fazer esse belo poema!).

    ResponderExcluir

Diga ai...