17.2.11

Fractal

Maia

Amanhã vira ontem
e a gente nem percebe,
mas agora
é o tempo inteiro...
e passa boi,
passa boiada,
as noites em cavalgada...
centenas de madrugadas,
centelhas.
Amanhã vira ontem
nas manhãs por sobre as telhas,
no primeiro grito do galo
e no berro das ovelhas
a caminho da igreja.
Peço que pare,
observe,
veja...
Muito mais importante
que a marca do alvejante
é o pano que alveja...
e o cheiro é reconfortante,
o brilho de um diamante,
o toque da minha amante,
o frescor de uma gota de orvalho.
Acredite,
é do caralho!
Uma descoberta a cada dia
e cada noite de agonia,
cada sobra de pesadelo
é um morcego
embaraçado no seu cabelo,
uma cabeça de nego.
Pecado, rifa e revista
são fardos que pago a vista...
Alma de artista,
corpo de sátiro,
cinismo de santa - puta
que nunca exita
em deixar recado.

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