29.4.10

Canção do fim do inverno

Maia

Coloco essa dor pra fora
sem demora para me aprumar.
Um mar engoliu o meu rio
e o estio causou essa enchente.

Tem gente batendo janela,
aquela que esqueci fechada,
onde o nada perturba o meu sono...
Um abandono que deixou meu peito mudo.

Nenhum veludo amacia,
sacia, deixa confortável a cama...
Inflama trás aconchego, conforto
a um morto que retorna à história.

A vitória já é sonho distante,
amante de não sei qual nobre
de pobres expectativas
cativas de duras correntes.

Presente de fatos passados,
marcados por mal entendidos.
gemidos de velhos amigos,
castigo do meu carrasco.

"Nos cascos! Desperta agora!'
Impera a vida lá fora.
"Manda embora essa megera
e não espera acontecer".

"Vai nascer para uma nova consciência!
Paciência, vai ter um filho,
um trilho, uma direção...
Uma canção no fim desse inverno".



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