7.5.12

Alguns trocados

Maia

Em cantos extremos do universo
debates sobre o meu destino...
meu verso,
minha alma desgovernada,
meu desatino...
Eu sequer faço parte
ou existo?
Fingindo de morto,
rei torto e sem porto
posto a prova...
Meu nome é povo,
minha nota é a sobra...
minha sombra a multidão.
Em esquinas da vida
cento e cinquenta horas
de horário político
e o que virá se decide
longe dos meus ouvidos.
- as cenas dos próximos capítulos,
dos dramas mais íntimos
ou mais explícitos,
dos momentos mais críticos!
Eu não faço parte disso?
E a ampla defesa?
O devido processo legal?
A presunção de inocência?
Decretaram a minha revelia
por citação editalícia,
arquitetada com muita malicia
por um falso messias,
um salvador da pátria.
Meu nome
e sobrenome é povo.
Oculto no anonimato
questiono os fatos,
a razão de todos os atos,
posturas.
O por traz das aparências,
toda presença, toda ausência
e todo preço que me é cobrado...
Só para ver se me sobram alguns trocados

Um comentário:

  1. todas as críticas
    todas as arbi-trari-edades
    todas as palmadas que ardem
    na bunda da alma
    querem acordar uma criança
    que ninguém balança
    (deixe eles)
    todos os fatos e posturas
    os pontos e suturas
    liberdade de imprensa na ditadura
    balela pra boi dormir
    num leito bovino
    mas agente, que nao é menino
    aguarda a ela, próxima Barbarela
    tocar a campainha
    e com seu dom
    reduzir a criação
    os pingos nos Ais
    uma poesia no bolso
    blim blom

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