14.7.10

Onze contra onze
(o jogo só termina quando acaba)

Maia

Mamãe, quero ser um punk
um rapper, um raper, um poser...
fingir a perfeição do requiem do anjo Mozart,
ou a plástica dos gols do zagueiro Mozer...
Sair bem na foto!
Quero só mais uma dose.
Depressa!... Tranga-me doze,
cada uma de uma cor.
O remédio para passar a dor
foi a compaixão da pessoa errada...
Dieta macrobiótica,
de ervas envenenadas
por beijos da namorada,
bastou para me livrar do peso.
Surpresa, quase fui preso...
Meu falo saiu ileso,
meu felling, quase intacto....
Batida de alto impacto,
cachaça, mel e limão,
selou esse novo pacto.
Novo contrato
firmando o ato
de um sujeito abstrato,
sujeito a pagar o pato
e comer o pão...
Mamãe me dê um irmão
que possa assumir a culpa.
Eu quero fugir pra Cuba,
fazer suruba,
comer jujuba,
tosar a juba,
fazer uma plástica
e ir pra ginástica na acadêmia.
Curar minha anemia,
carpir o dia
e morrer como morreu Saramago...
Os olhos fitos no teto num gesto vago,
a lamber sabão e arrotar bolhas de espuma.

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