9.7.10

Príncipe Míchkin
(com o perdão de Fíodor)

Uma nuvem me segue
da boca do rio ao centro.
Com a janela fechada vejo a nuvem
mas não sinto o vento,
nem encontro o alento
de nova direção
O mundo também é o não
quando o talvez impera na vida...
Lambida de cão cura a ferida...
Mas meu gato e meu presente me arranham

Um pesadelo me desperta
quase toda madrugada
pelas janelas fechadas
vejo a luz da manhã
que não ilumina meus olhos...
Falta de um novo projeto
e a água escorre pelo teto,
pela alma e pelos canos
as dores se acumulam com os anos
e o doente está desenganado

Um grito me escapa,
quase espontaneamente,
todo dia...
Mas com a janela fechada
o som não sai
e me explode nos tímpanos.
A falta de melhor Juízo no tribunal da Bahia
paralisa os sentidos embotados pela apatia.
Com a falência do movimento sindical...
Deus é o Pleno!
Não deveria ser tão cruel...
E a coisa não poderia estar tão mal,
no Haiti,
para alguém se matar quando o Brasil perde uma copa...

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